Pois nos encanta como um santo, trazendo paz com
sua música, aliviando nosso pranto
Homem humilde, já de idade, que não enxerga...
quero dizer, não enxerga com os olhos, ele enxerga com a alma, nós que somos
cegos perto de alguém assim
Sempre com um sorriso no rosto, tocando para os
transeuntes sem cobrar nada... Tantos passam e são abençoados pela sua bela
música, mas poucos lhe fazem doações
Ele os perdoa, não está ali por isso, dinheiro não
pode comprar uma alma assim... Alegre por natureza, seu acordeon é vivo,
transmite vida aos aflitos corações
Seu Jacemir ali sentadinho, na dele... as pessoas
passam sorrindo, cantando, preocupadas, chorando, alheias, amando...
Muitos nem o percebem, mas não deixam de beber do
seu animado som
Som simples e contagiante, fazendo que nossa
cidade, Belo Horizonte, tenha um horizonte ainda mais belo... Naquele pedacinho
entre Tupis e Tamoios, os espíritos dos índios o cerca
Seu Jacemir e o seu acordeon, não sei por quanto tempo
ainda teremos o prazer de sua companhia, queríamos que fosse para sempre, por
isso deixo esse poema no ar...