sábado, 7 de setembro de 2013

Destruindo o mito da cerveja e do cigarro

     Para começar, quero deixar claro que não estou tomando uma posição paternalista ou moralista ao escrever essa crítica, antes de mais nada, faço coro com o "deixa quem quiser fumar, fumar; deixa quem quiser beber, beber" e, obviamente, com o "deixa quem quiser se ferrar, se ferrar". Pretendo fazer uma breve análise do problema, apresentando em seguida argumentos pessoais e gerais contra o uso (não advogando pela proibição, claro) de tais substâncias. Sem mais delongas, vamos ao texto:

     Penso que o principal motivo que está por trás do uso de tais substâncias, cada uma com sua peculiaridade, é o olhar do outro, sobretudo quando o indivíduo começa a utilizar tais, em outras palavras, a forma como o outro vê conta mais do que a própria opinião e/ou gosto do fumante ou daquele que bebe (ia usar a palavra "bêbado", mas seria desproporcional, uma vez que tal é utilizada como um excesso do uso de álcool, e não é o caso de todos). Vejamos os adolescentes – fase onde a maioria dos usuários viciados em tais drogas começam a utilizá-las –, estão num período da vida de descobertas e novidades, muitos gritam para os pais que cresceram chegando bêbados em casa ou fumando um cigarro na "cara dura", uma piada que muitos dos que estão lendo já viveram ou conhecem alguém que viveu. Nada como mostrar toda a sua rebeldia usando tais drogas (não focarei aqui nas outras drogas, as chamadas ilícitas, até mesmo porque normalmente elas só entram num segundo momento, mas também certamente se aplicam a tais). Mas não é só o olhar dos pais que estão em conta para os "aborrecentes", inclusive podemos afirmar com segurança que esse não é o primeiro, o olhar que mais conta é o da turma, dos amigos, dos colegas de classe, do namorado(a), enfim, querem ser aceitos, querem fazer parte de um grupo, querem não ser "caretas". É óbvio que não são todos que passam por essas aventuras da adolescência que serão viciados ou dependentes, mas esse começo já mostra o caráter alienante da bebida e do cigarro.
       Antecipando as críticas ad hominem, quanto a mim, por N motivos, por ver pessoas próximas sofrendo com tais substâncias, por estrar inserido em um meio religioso na época, felizmente não tive uma adolescência desregrada com tais substâncias. Mas mesmo depois, ao experimentar (e por sinal, diga-se de passagem, ter detestado), não cheguei ao ponto de inabilidade, apenas provei. Sempre achei ridículo pessoas contando como se fosse um grande feito ter bebido até cair, e hoje não é diferente, felizmente não precisei passar por tal para saber quão patético é – a propósito, penso que essa capacidade de empatia é uma das que temos mais que desenvolver, em relação ao bem ou ao mal, sendo o último uma questão de sobrevivência, podemos dizer de forma aforística: feliz aquele que consegue evitar os males a partir dos exemplos alheios. O outro todo vomitado certamente é uma grande lição. O mais cômico é quando alguém lhe diz: "com o tempo você aprende a gostar", ora, porque razão no mundo aprender a gostar (se é que isso é possível) de algo que se detesta sem quaisquer ganhos reais?! Abro um parênteses para dizer que tenho amigos que deixaram a religião e se tornaram verdadeiros alcoólatras, mas não acho que a religião tem de fato um papel louvável em manter as pessoas longe do que, sem eufemismos, os fiéis gostam; não obstante os ganhos sociais, penso que a pessoa tem que se conscientizar que tal é um mal (ou não, cada um cuida de si), não simplesmente ser convencida por um "deus punidor que está nos céus a vigiar".
       A cerveja é um caso/piada a parte, é a alienação encarnada, repito a passagem do meu texto Alienação Social: "...vejam as propagandas de cerveja. Sol, praia, roda de amigos, felicidade, mulheres, tranqüilidade, etc, etc... É impressionante como muitos são alienados nesse ramo! A cerveja não traz felicidade nem amigos (ao contrário, muitas das vezes afasta), mas não é o que passam na mídia, logo a realidade passa a ser ficção e a ficção vira realidade. Alguém já viu, na história das propagandas de cerveja, uma que mostrasse um bêbado se quer? Parece que as cervejas das propagandas nem álcool têm, até atletas bebem! rs...". Desculpem-me os seres humanos que realmente gostam do sabor dessa cerveja padrão, para mim ela parece mijo (não faça graça, não bebi mijo, abraço essa expressão popular), um amargo fodido, uma cor ridícula, um cheiro asqueroso, uma espuma que parece sabão, ou, quando é fraca demais, não tem gosto de nada. O "prazer" mais concreto acaba se reduzindo a tomar algo gelado? Talvez; mas qualquer outra bebida é melhor assim. O mais absurdo, no que diz respeito a tal merda, é o fato de que a maioria dos que a tomam não apreciam o gosto, abertamente confessam que tomam pelo álcool, pelos amigos, pelo namorado(a), pelo ritual – a grande maioria das mulheres que conheço não gostam de cerveja em qualquer aspecto, tomam apenas para acompanhar um babaca qualquer que já vai as servindo, e o triste é que essas pessoas que tomam pouco são as mais vulneráveis, por falta de costume, sentem mais –, ou, a meu ver o que é pior, muitos alegam que não conseguem "se soltar", traduzindo, ter momentos felizes, não conseguem existir como são. E quanto mais a pessoa se convence disso, chega ao ponto que não consegue mais rir sem o uso de álcool (ou outra droga), não consegue conversar, as festas não são festas, muitos passam a não conseguir fazer sexo ou ter qualquer prazer sem estar alcoolizado – às vezes mal suportam a presença dos seus parceiros e "amigos"; aí colocam uma máscara chamada bebida alcoólica e passam a não ser mais elas mesmas, onde todos os momentos "felizes" não são reais (boa parte deles esquecidos na manhã seguinte), mas breves momentos de falsos risos seguidos por horas de arrependimentos. Teatralizam, suportam o que, ou quem, não as agradam, ficam rindo sem sentido de toda merda dita na mesa e fazendo politicagem barata. Não estou dizendo que o mundo de quem não bebe é um conto-de-fadas de pura alegria, mas seja como for, em momentos bons ou ruins, é um mundo real. Não quero mentir para mim mesmo, confundindo, através de uma droga, momentos simples (ou mesmo chatos) com os de puro prazer que vivi. E sim, é preciso encarar momentos ruins de frente, só assim podemos superá-los. Essa alienação da cerveja é tão gritante que se evidencia até o efeito placebo, de forma mais intensa que corriqueiramente se vê, no primeiro gole boa parte das pessoas se soltam, sem ter tido qualquer possibilidade do álcool ter realizado efeitos bio-químicos no corpo, muitos só de estarem com a lata gelada na mão já se sentem seguros, "alegres". E se convencem de que todos precisam de cerveja, da "felicidade" em latinha, se surpreendem quando se deparam com alguém que deliberadamente escolhe não beber, como se fosse uma verdadeira aberração. Desculpe-me a franqueza, mas para mim, visto de forma geral e tomando como base a maioria dos utilizadores, a cerveja é o néctar dos tolos; muitos se fossem filmados bêbados, ao ver quão ridículos, toscos e vulneráveis ficam, pensariam duas vezes antes de ingerir qualquer bebida alcoólica.
       Quanto aos efeitos colaterais do álcool, todos estão carecas de saber, mas como afirmei no início que apresentaria argumentos pessoais e gerais, discorrerei brevemente sobre tais nesse parágrafo. Bom, o álcool é um dos principais desencadeadores de enxaqueca, particularmente, se eu tomar, fico propício a ter uma, mas mesmo para quem não tem essa dor-de-cabeça específica, o álcool provoca a famosa dor-de-cabeça da ressaca, que se muitos refletissem na última que teve e na indisposição que ficam no dia seguinte, deixariam de tomar. Via de regra, nosso organismo identifica o álcool como um verdadeiro veneno – quanto mais rápido o efeito de tal droga passar, mais sadio é seu organismo –, mesmo pequenas quantidades, pois o álcool é sempre uma agressão ao corpo, por isso a famosa ânsia de vômito, o que é um problema por si só, pois quando não acontece o revertério, o organismo absorve tal, gerando, no mínimo, a desidratação – já ingerido em grandes quantidades, sabemos que tem idiotas indo ao coma alcoólico e eventualmente a óbito. A longo prazo sabemos bem os males do álcool, destruindo não apenas o fígado (contra muito divulgado), mas literalmente todos os órgãos, inclusive o cérebro, debilitando com o tempo a memória, os reflexos, a libido e a capacidade de raciocínio; mas a maioria das pessoas são estúpidas (sim, esta é a palavra se eu pretendo ser franco), e como esses maus efeitos se dão paulatinamente, não tendo uma significância imediata, acham que eles não existem. Sem contar que a tendência é beber cada vez mais, pois, como qualquer outra droga, se regularmente ingerida, o corpo vai "aprendendo" a combater os efeitos, de forma que doses baixas não dão o mesmo resultado. Vejamos então os efeitos colaterais: há inúmeros levantamentos de dados que comprovam a ligação de acidentes automobilísticos com o uso de álcool, matando inclusive inocentes que nada tem a ver com o jumento bêbado irresponsável atrás do volante; brigas e confusões em estádio de futebol diminuíram inegavelmente após a proibição de bebidas alcoólicas em tal local, o que comprova que boa parte das confusões onde há aglomeração de pessoas se dá pelo fato dos indivíduos estarem alcoolizados. Vemos ainda pessoas dependentes de tal substância destruindo suas famílias, que ao invés de agirem para mudar os revezes da vida, simplesmente "afogam as mágoas" em um copo de bebida – bom se ficarem só nisso, pois muitas delas se transformam com a droga, ao ponto de chegar em casa e descontar nos pais, no cônjuge e nos filhos, gerando agressões e mesmo assassinatos; muitas pessoas contraem HIV e outras doenças venéreas em momentos de embriagues, ou engravidam de forma indesejada, o que, por sua vez, aumenta o número de abortos (sobretudo inseguros, tendo em vista a atrasada mente dos nossos legisladores sobre essa questão); muitos estupros e outros crimes acontecem devido ao álcool, seja o autor ou a vítima embriagada, não é atoa que existe o infame ditado: "cú de bêbado não tem dono" (obviamente não estou justificando tal, mas analisando os fatos). E para aqueles que ainda não viram na prática, o estado que fica alguém realmente dependente químico do álcool é deplorável, falam muito de como o crack destrói uma pessoa, mas num estágio avançado, não tem diferença, a não ser uma, qual seja, o álcool é barato, legal e vende em qualquer esquina. Sendo direto, mortes seriam evitadas sem o álcool.

       Ok. Foquemos agora no cigarro. Muita coisa de uma droga se aplica à outra, sendo assim, não repetirei minuciosamente aquilo que elas têm em comum. Começo chovendo no molhado, pois as anti-propagandas do cigarro já mostram exaustivamente os inúmeros argumentos contra o mesmo, destruindo principalmente todos os órgãos do sistema respiratório e do circulatório, causando ou agravando câncer, enfisema, asma, bronquite, trombose, infarto, úlceras, impotência sexual, e etc. Como disse que apresentaria também os meus motivos pessoais, sou alérgico à fumaça, de forma que a mesma gera ainda mais problemas ao meu sistema respiratório do que em quem não é, causando alguma dificuldade respiratória com relativamente pouca exposição, isso ocorre pois, falando de forma ilustrativa, é como se alérgicos tivessem uma "super-proteção" contra esses males externos, de forma que o organismo exagera para se proteger, reduzindo momentaneamente as vias aéreas para se entrar menos ar agressivo. Pois bem, a fumaça é evitada por todos os animais como um reflexo, é natural todo ser que respira fugir dela movido por um instinto de sobrevivência; mesmo sem as pesquisas médicas avançadas de hoje, sempre se soube que a fumaça faz mal ao organismo, portanto, é difícil ver algo mais estúpido do que inspirar fumaça deliberadamente, mas os "homo-imbeciens" fazem tal. O cheiro que a desgraça deixa alguém, exalando até pela pele, diz com todas as letras que aquilo está te prejudicando. Mãos e dentes amarelos, pele seca, bafo, voz rouca, enfim, fôlego e disposição reduzidos, só não vê quem não quer. Mas, assim como no caso da cerveja, tendo em vista que para maioria dos fumantes os grandes males não são observados em pouco tempo, muitos acham que eles não existem. Certamente há um mal evidente, bem imediato e claro, a abstinência de nicotina gera pânico, tremor, calafrios, palpitações cardíacas e outros sintomas nos dependentes dessa substância, mas eles ignoram tais, pois providenciam para que não falte; com tantos problemas que já temos, inventam mais esse para se preocupar, uma busca insaciável e incontrolável. Mas enfim, já falei demais sobre os males que todos nós sabemos de cor, em suma, com tanta informação, tem que ser muito alienado para começar a fumar (veremos a seguir o que leva alguns a ter esse hábito). Felizmente hoje não vemos mais na TV o mito de jovens saudáveis, "escaladores de montanha" chegando no pico e acendendo um cigarro como outrora.
     O cigarro, ao contrário de outras drogas inalatórias, não gera alteração na consciência, o efeito que alguns dizem dele ser um calmante é mais placebo do que ação da nicotina e/ou demais substâncias. Pergunta-se, portanto: o que leva alguém em sã consciência fumar? Mais uma vez, como dito no início, penso que o principal envolvido (não só) é o olhar do outro. Mesmo não tendo mais propagandas diretas sobre o cigarro, temos as indiretas, por exemplo nos filmes, seriados e afins. De forma que, o cigarro representa um "dane-se", representa autonomia, rebeldia, liberdade, e etc. Estados ilusoriamente buscados no cigarro por adolescentes ingênuos que querem se auto-afirmar? Talvez, boa parte sim. Mas porque vemos adultos fumando, mesmo sem ninguém por perto, alguém pode estar pensando isso para me refutar. Ora, tente outra! Segue como vejo isso: o poder de dependência do cigarro é muito alto, logo, com pouco tempo o olhar do outro passa a não ser o único motivo – apesar de continuar sendo um dos, a ilusão condicionada desde o início de que cigarro é bonito e te deixa "fodão"; quanta ingenuidade! –, a fumaça se torna algo prazeroso ao fumante, não apenas devido ao efeito placebo, mas ao efeito da substância altamente viciante nicotina no sangue (e outros vários químicos nocivos presentes no cigarro, que também geram alguma dependência). Outro ponto que não podemos desconsiderar é a força do hábito, um sujeito costuma fumar sempre depois do almoço, outro sempre ao tomar um café ou uma cerveja, outro sempre em festas, outro sempre que está ansioso, nervoso, com raiva, medo e por aí vai, outro no ponto de ônibus, outro ao sentar no trono do banheiro e assim por diante. Junta isso tudo, temos como resultado dependentes crônicos. Meu avô adorava o cheiro do cigarro mais do que qualquer outra coisa, após tanto tempo, o olhar dos outros realmente passou a ser só um pano de fundo para ele; morreu de câncer no pulmão, quando adoeceu e foi obrigado a parar de fumar, refletindo, não se via a não ser como um estúpido por ter fumado a vida toda, usou várias vezes a expressão: "eu destruí a fonte da vida". Infelizmente não teve volta. Sim, todos nós vamos morrer, de uma forma ou de outra, mas certamente ninguém quer sofrer, e o cigarro não traz apenas sofrimentos no fim da vida, mas durante ela.
       Então, a situação é tão gritante, salta tanto aos olhos, que é difícil a gente compreender um sujeito plenamente informado dos males que o cigarro causa não querer parar de fumar, se ele tem ciência de fato, certamente quer largar o vício, mesmo se o sujeito for um suicida (ora, mate-se de forma rápida!); indubitavelmente se trata de um "prazer" que não vale o preço que se paga. Um amigo meu médico, falando sobre essa questão da informação, mencionou ter lido um estudo feito com alunos do ensino médio na Alemanha, onde foi apresentado um pulmão de fumante ao lado de um de não-fumante (para quem não sabe, o pulmão do fumante é completamente preto, com uma textura horrível), resultado, tanto o número de alunos que experimentavam cigarro como dos que continuavam fumando caíram. Quanto mais tangível for a informação, certamente ela terá mais impacto, pois a minoria tem tendências masoquistas para com seus próprios órgãos.
       Não podemos desconsiderar ainda um grave problema colateral, os fumantes passivos, muitas vezes crianças, que pagam o preço dos viciados inconsequentes. Sem contar o quanto esses produtos (álcool e cigarro) alimentam esse sistema capitalista visceral, não apenas com a venda dos seus lixos, mas fortalecendo cada vez mais a mercantilização da saúde, uma vez que são uma fábrica ambulante de doenças. Essas empresas são verdadeiros impérios, vendendo indiscriminadamente a morte e o sofrimento, ética é uma palavra que elas não têm no dicionário, onde os porcos donos das mesmas estão em uma banheira de hidro-massagem (quiçá de ouro) rindo da sua cara nessa hora – indico os filmes O Informante (1999) e Obrigado por fumar (2005) para se ter uma ideia. Sei que é difícil parar com tais vícios, mas creio que todos deveriam ao menos tentar, as pessoas que conheço que pararam com tais se setem bem melhores hoje. Se você não for se matar ou matar os outros por causa da abstinência, tente.
       Cito esta passagem de Sêneca para corroborar o que fora dito aqui, reflita: "A vida, se souberes utilizá-la, é longa. Mas uma avareza insaciável apossa-se de um, de outro, uma laboriosa dedicação a atividades inúteis, um embriaga-se de vinho, outro entorpece-se na inatividade; a este, uma ambição sempre dependente das opiniões alheias o esgota, um incontido desejo de comerciar leva aquele a percorrer todas as terras e todos os mares, na esperança de lucro; a paixão por assuntos militares atormenta alguns, sempre preocupados com perigos alheios ou inquietos com seus próprios; há os que, por uma servidão voluntária, se desgastam numa ingrata solicitude a seus superiores; a busca da beleza de um outro ou o cuidado com a sua própria ocupa a muitos; a maioria, que não persegue nenhum objetivo fixo, é atirada a novos desígnios por uma vaga e inconstante leviandade, desgostando-se com isso; alguns não definiram para onde dirigir sua vida, e o destino surpreende-os esgotados e bocejantes, de tal forma que não duvido ser verdadeiro o que disse, à maneira de oráculo, o maior dos poetas: 'Pequena é a parte da vida que vivemos.' Pois todo o restante não é vida, mas tempo." (SÊNECA. Sobre a brevidade da vida. § II, 1-3).
      Tenho ainda outros contra-argumentos para o uso de tais substâncias, mas creio ser suficiente por hora, e não quero estender ainda mais para evitar que o texto fique cansativo, ressalto que o foco da minha crítica não é você que de vez em quando toma uma cerveja, que consegue passar festas e que vive os mesmos momentos sem essa substância, que não bebe para ter que ficar mudando seu verdadeiro humor, que toma sozinho com o mesmo gosto (gosto não se discute, rs), e se quiser fica o tempo que desejar e em qualquer ambiente sem  mas, é certo que, sendo assim, você é um caso raro. E, reitero, para mim o mais importante é você fazer o que quiser, desde que não prejudique os outros, mas pense sobre isso que trago aqui. Boa sorte. Enfim, se aparecer um defensor de tais, podemos continuar nos comentários do texto. Termino com a bela imagem do livro de Platão, "O Banquete", onde Sócrates sai sóbrio, feliz e pleno de si, muito superior aos seus convivas desmedidos escornados em um canto qualquer: "Mas os outros, sem conseguir acompanhá-lo, caíram no sono. Primeiro adormeceu Aristófanes e, ao amanhecer, Agaton. Sócrates acomodou-os, levantou-se e saiu. Como de costume, Aristodemo o acompanhou. Sócrates dirigiu-se ao Liceu, tomou banho e passou lá o dia inteiro. Ao entardecer foi para casa repousar" (223d).