terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal, versão "o avesso das coisas"

     Há quase dois mil anos um preto pobre bastardo da periferia, crítico do Estado e dos bons costumes, foi assassinado em uma cruz. A mensagem do jovem era perigosa demais para o status quo, aí os poderosos que ele combatia pegaram sua imagem, colocaram palavras na sua boca, o usaram para controlar o povo, o pintaram como mágico, divindade, o fizeram filho de virgem para castrar a mulher, o ressuscitaram como vigia nos céus, inventaram uma data do seu nascimento, tomando como base o solstício, que já tinha a força de ser usado em outras crenças, depois o fizeram branco, dos olhos e cabelos claros, o usaram para justificar guerras e, por fim, tornaram seu nome um grande negócio, tanto em templos, como fora deles. E hoje seus “seguidores” nem mais seguem as palavras que inventaram para ele, só quando é conveniente. Fazem uma ou outra caridade para massagear o ego nessa data, enquanto vociferam o ano todo contra os que lutam por justiça social, contra os que não discriminam as pessoas pelo que elas têm, ou seja, seriam algozes do deus que dizem seguir. Mas enfim, “Feliz Natal” a todas e todos, e sem essa de ficar rindo para bolsominion por ser parente, por favor.