sexta-feira, 20 de maio de 2022

Homeschooling, breve comentário

  Além do homeschooling contribuir ativamente para a destruição da Educação e os ataques covardes e infundados aos educadores, vindos dos seus insanos seguidores, que é o mesmo que querer aniquilar o que é o mais importante para uma sociedade humana e plural, que mereça o nome. Além do falso aprendizado e da falta de consciência de si perante os outros. Além dos abusos e das violências domésticas que poderão ser escondidos e outros absurdos mais. Fico pensando quão patético são os pais que querem isso. A visão de mundo deles é tão insustentável que não podem deixar que seus filhos ouçam algo diferente, que os últimos já vão pensar e agir diferente deles? Seria cômico, se não fosse trágico!
     E a mamãe e/ou o papai desses pobres "alunos do lar" dominarão todas as disciplinas? (Nesse sentido, é ainda mais cômico a exigência de nível superior ou técnico de um dos pais, como se isso resolvesse esse problema!). A precária educação remota, no período auge da Pandemia de Covid-19, não ensinou nada para esses energúmenos?! Seu filho vai estar é colando tudo da internet e vendo filme pornô, mamãe e papai homeschooling! E falando sozinho, fazendo amizade com o material escolar! Dizer que ele é o Messi na "educação física" também não vai adiantar nada para o perna-de-pau, que chuta a bola (Wilson, rs) na parede e tem o cachorro como goleiro!
     Imagina só uma criança ou adolescente sem o ambiente escolar, sem todo o aprendizado de troca mútua entre diferentes, sem a socialização, que a escola, por natureza, dá! Ensino se faz no quadro, nos livros e, não menos importante, na vivência com o outro. Escola é também experiência de vida! É compartilhar saber e dúvidas, é crescer junto!
     Outro ponto, muito importante, a se atentar: os pobres serão os mais prejudicados com essa loucura; para variar, né? As classes médias baixas, principalmente, farão o homeschooling por motivos religiosos fundamentalistas e políticos (alienados), sem quaisquer condições de fornecer o mínimo de ensino para seus filhos. Mais do que nunca, os pobres terão apenas um pedaço de papel (diploma) como "aprendizado", salvo basicamente aqueles que vão à escola para se alimentar e/ou ter um espaço de lazer, ou ainda, aqueles, em minoria, que gostam muito de estudar e percebem o valor do professor. Até porque, consciência mesmo do valor da escola e do aprendizado requer experiência, através do recebimento de informações e ensino qualificados, que se pode ter, com a vivência, no ambiente escolar, mesmo com todas as adversidades e precariedades de infraestrutura atuais. E outro problema: esses que continuarão frequentando, encontrarão lá, uma escola cada vez mais sucateada e negligenciada pelo poder público, tendo em vista a eminente diminuição de verbas, consequência da diminuição de alunos. Muitos alunos, sobretudo do turno da noite, já praticamente tentam fazer isso, pegar o diploma apenas como exigência dos seus trabalhos chão-de-fábrica – não estou aqui tirando a importância desses trabalhos, mas mostrando que o ensino é muito mais do que uma "carta de liberação" para realizá-los; na EJA (Educação de Jovens e Adultos), então, faltam mais do que vão. Se deixar, a maioria não pisa na escola depois de um dia pesado de trabalho.
     Estamos ainda diante de mais uma forma de excluir o pobre da universidade, como uma das nefastas consequências, afinal, que chances terão de competir, fingindo que estudam sozinhos, em um vestibular? (Grande parte nunca leu um livro na vida!). Alguém pode querer alegar que tem as "avaliações"; elas já não funcionam hoje, imagina sem a escola! Na escola, ao menos, aprendem algo por estarem na sala de aula. Como isso tudo é lamentável! É o tipo de coisa feita, de cima para baixo, por quem nunca pisa em uma escola (ainda mais pública!). Aquele típico ressentido, que odeia professor, que tomou birra, quando foi contrariado, ao afirmar que 2 + 2 era igual a 5. Não dá mesmo!
     Em suma: homeschooling = aumento da desigualdade social, exclusão de trabalhadores e berço de potenciais psicopatas limítrofes, semianalfabetos e com o rei na barriga.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Minha redação do concurso para Policial Penal (SEJUSP-MG). Nota 95!

PROVA DE REDAÇÃO DA SEJUSP-MG, EDITAL Nº 002/2021.

“A luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos diferentes níveis da cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir para justificar e manter uma separação injusta, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito.” (Antônio Cândido. Adaptado: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011).

     Considerando os textos lidos nessa prova e o trecho acima, solicita-se que o(a) candidato(a) redija em, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 30 linhas, um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema:

A arte pode exercer um papel importante na socialização e na promoção dos direitos humanos?

     No Brasil, a ignorância sobre o que vem a ser os Direitos Humanos é brutal. Além do desconhecimento, muitos, mesmo dentre aqueles mais vulneráveis socialmente, tecem críticas e se tornam verdadeiros inimigos dos “direitos humanos”, sem ter a menor ideia do que estão falando. Da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a maioria, lamentavelmente, só conhece o nome. Esse problema pode e deve ser corrigido.
     Hoje em dia, o jargão infame “direitos humanos para os manos direitos” tem sido ecoado em todas as plataformas de comunicação. Nada mais contraditório ao que são, de fato, os Direitos Humanos: direitos adquiridos ao nascer. É preciso levar a informação correta para as pessoas.
     Um dos meios para a promoção dos Direitos Humanos é a arte. Ela é também fator de suma importância na socialização dos indivíduos. O cinema, o teatro, a literatura, a poesia, a música, as exposições e similares, educam. Mostram toda a diversidade cultural que existe, enriquece a visão de mundo dos indivíduos. Sendo, assim, ferramenta para desenvolver a consciência de si e do outro. Contribuindo, ao fim e ao cabo, para o entendimento e a defesa dos Direitos Humanos.
     As noções basilares para a DUDH: a igualdade, a liberdade e a fraternidade, são potencializadas com a arte. E, vale lembrar, que o acesso à arte e, portanto, ao lazer, também fazem parte das próprias cartas sobre direitos humanos.
     Antônio Cândido diz, no trecho em destaque, sobre a falta de acesso de muitos, e, podemos afirmar, da maioria, aos diferentes níveis de cultura. Saber disso, que esse acesso é um direito humano, fará toda diferença. A diversidade cultural não deve ser fonte de separação, mas convite ao outro humano diverso.

PS: Fiquei com 95/100 pontos! Perdi 5 pontos apenas em morfossintaxe. (Link).