sábado, 31 de outubro de 2020

Minha Dissertação de Mestrado


Defendi meu Mestrado no dia 30/10/2020, às 14h, pela UFMG.
Agradeço a todos pela força!

Leia a dissertação completa clicando aqui: DISSETAÇÃO.

Acabo de disponibilizar minha defesa de mestrado no YOUTUBE (< clique e assista na íntegra). Infelizmente devido a problemas técnicos não foi possível de ser assistida ao vivo, mas, em compensação, vocês poderão assistir agora, quando quiserem.

São três longas horas de apresentação e debate sobre a questão da EXISTÊNCIA DE DEUS, vista através do filósofo David Hume.

Eu entrei no mestrado não querendo produzir um trabalho de reprodução, conversei com um professor do Departamento de Filosofia da UFMG que fez o doutorado direto, ele me disse que infelizmente hoje em dia é praticamente impossível de acontecer isso. Mas não desisti do meu projeto por ele ser inovador, alonguei, tive que reescrever algumas partes, mas mantive o principal dele, a princípio contrariando minha orientadora, depois entramos em um feliz acordo, pois, caso contrário, não faria sentido para mim.

Por esse motivo, por ter estado lecionando em até duas escolas, e outras situações, acabei estendendo o prazo, de forma que meu mestrado virou “mestradoutorado”, fruto de uma longa pesquisa, de mais de quatro anos. Felizmente, com grandes interlocutores, a defesa foi tão rica quanto a pesquisa e a dissertação em si. Não deixe de assistir até o final, algumas partes são bem técnicas, mas o todo certamente será do seu interesse, afinal, esse é um tema que toca a todos nós, de forma direta ou indiretamente.

Agradeço aos meus pais, pela força dada e tudo mais; à minha orientadora, Lívia Guimarães, pela compreensão, por aceitar pensamentos diferentes do seu e por ter sido uma amiga desde que a conheci; aos membros da banca, Marília e Vinícius, dois estudiosos tão competentes que enriqueceram sobremaneira esse momento final; ao Grupo Hume, por ajudar a lapidar esse trabalho; a UFMG, por ter sido minha casa desde 2010 e me dado a oportunidade de chegar aqui. Por fim, sou grato a todos os professores, amigos, colegas e alunos que ajudaram de alguma forma e que estiveram comigo nessa caminhada. Muito obrigado.

Grau de Mestre em Filosofia, recebido em 30/10/2020, com nota 93/100, pela dissertação:

TÍTULO: “É POSSÍVEL DECIDIR SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS APÓS O QUE HUME NOS DIZ DAS OPERAÇÕES DO ENTENDIMENTO HUMANO NA PRIMEIRA INVESTIGAÇÃO?”.

DISCENTE: MOISÉS PRADO SOUSA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

RESUMO: Nessa dissertação abordarei um problema de grande importância no pensamento humiano, se é possível afirmar ou negar justificadamente a existência de deus. Investigo se o teísmo, o deísmo ou o ateísmo podem ser sustentados sem contradizer as operações do entendimento humano. Em minha hipótese, a análise do entendimento na primeira Investigação nos conduz a uma outra solução, qual seja, a suspensão do juízo, ou impossibilidade de justificadamente se afirmar que deus existe ou que deus não existe – o que nos dias de hoje denominaríamos posição agnóstica. Entendo que essa interpretação é corroborada por outros textos do autor, que eventualmente estarão presentes aqui. James Noxon e J. C. A. Gaskin trabalham o agnosticismo de Hume, há um debate interessante entre os dois a esse respeito, no último capítulo eu adentro nos textos deles. Antes disso, apresento comentadores divergentes, sobretudo para contrapor os que afirmam que Hume cria em algum tipo de deus. Defendo o agnosticismo como a única asserção sustentável.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Lívia Mara Guimarães (Orientadora - UFMG)
Profa. Marília Côrtes de Ferraz (UENP)
Prof. Vinícius França Freitas (UFMG)

LEIA A DISSERTAÇÃO COMPLETA CLICANDO AQUI: DISSERTAÇÃO.



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Fazer aniversário no Dia do Professor

     Faço aniversário no dia dos professores. Tenho muito orgulho disso. Penso ser a profissão que mais pode mudar a sociedade. Mesmo com todas as dificuldades e perseguições do atual (des)Governo, sobretudo para com Filosofia e Sociologia, é muito gratificante fazer a diferença na vida de várias pessoas, é isso o que mais conta no final. A luta não é fácil, muitas das vezes temos que buscar outras profissões, mas a esperança e o braço forte permanecem. Comemorar o dia do professor é fazer parte dessa batalha, estando ou não em sala de aula com a gente, é mostrar que você tem lado, que está do lado da dignidade humana, do desenvolvimento dos excluídos sociais, em uma palavra, da vida.

     Cito estas significantes passagens de dois grandes filósofos que também nasceram nesse dia: 

“É preciso ter ainda um caos dentro de si para gerar uma estrela bailarina.” (NIETZSCHE). 

“Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar, e nos afirmar não somente enquanto identidades, mas enquanto força criativa.” (FOUCAULT). 

#DiaDoProfessor

sábado, 12 de setembro de 2020

Bar e Covid-19: atestado de estupidez

     Eu venho deixando de me espantar com o que se passa na cabeça do ser humano há um bom tempo, mas o comportamento de muitos em relação a Covid-19 é surreal! Aqui no Brasil, depois da eleição do Bozo, ficou provado por A + B que não se pode esperar o mínimo de um ser dito racional de grande parte da população, mas instintivamente continua chamando a atenção ver “gente” tendo que ser segurada pelos governantes para não pular em um buraco.
     É mais crível o Papai Noel do que bar e distanciamento mínimo. Claro que não pode dar certo um monte de pessoas bêbadas afogando mágoas, se abraçando, querendo companhia e cuspindo para tudo quanto é lado em meio a uma pandemia. Mas fiquei impressionado de ver ontem, principalmente aquele bar, ali na esquina da Av. Brasil com Afonso Pena, lotado como em época normal! Vários na Savassi* também na mesma situação, e praticamente todas as pessoas sem máscaras, coladas umas nas outras, rindo em meio aos mais de 130 mil mortos. Chega a ser ofensivo ser considerado da mesma espécie que esse tipo.
     Em Minas os testes sempre ficaram para trás, de forma que nossos números de contaminados nunca foram parâmetros confiáveis para nada. Agora está se testando ainda menos. Estamos em torno de 100 mortos por dia por aqui, esse é o melhor parâmetro para se fazer um julgamento mais próximo da realidade do número de casos: tendo em vista a letalidade de aproximadamente 0,6% dos contaminados, dá por volta de 15 mil infectados por dia – isso sem levar em conta que muitos óbitos por Covid-19 são registrados apenas como síndrome respiratória aguda grave, gerando uma enorme subnotificação –, mas, por interesses capitalistas, o Governo libera as coisas, todos os comércios e serviços, com base em leve queda dos parâmetros (mal levantados, diga-se de passagem, mas pouco importa, pois a “queda” é relativamente pequena), e as pessoas lotam bares! Eu só consigo entender de uma forma essa situação dos frequentadores: são limítrofes. Estão, na verdade, abaixo da animalidade. Nem se matar sabem; ora, se é o objetivo, faça de forma mais rápida e sem prejudicar os outros. Será que pensam: “uhull, agora vou esperar menos para ter uma vaga na UTI!”? Eu conto ou vocês contam ao energúmeno que ele pode morrer na UTI? Esse tipo deve achar que essa é sigla de algum parque de diversão.
     Talvez seja ainda mais incognoscível essas pessoas que estão nesses bares sentadas com pessoas que elas veem todos os dias. Não entra na minha cabeça. Como pode isso? Bebe na porra da casa! Sobrevive! Mas não, “sextou”, né? “Vamos ficar aborrecidos, fingindo de felizes publicamente, sorrindo o tempo todo e para todos como idiotas”. Eu duvido que no íntimo alguém considera isso diversão. Eu sempre achei ridículo esses marcos semanais, tirando o fato de que mais coisas acontecem nesses dias (sexta e sábado), não tem sentido nenhum, eu prefiro fazer o que eu quero, com quem eu quero, seja em qual dia for. Mas tem gente que se passar uma sexta da vida em casa não consegue viver, mesmo eventualmente tento curtido ao máximo no dia anterior (coisa praticamente impossível para esse tipo). E é engraçado que não importa se estão se divertindo, mas se aparentam estar; depois da selfie, a cara volta a fechar. Mas não esperaram nem a pandemia passar para retomar a rotina da “diversão” alienada. Não sabem fazer nada de diferente; se não beberem, não conseguem suportar quem está ao lado. A meu ver, isso é desperdício de vida – na pandemia, a expressão é mais real do que nunca.
     Outro dia estava observando de longe uma dessas academias “moderninhas”, com poucos aparelhos e no mais das vezes inúteis, vi uma moça fazendo agachamentos sem equipamentos, correndo em uma esteira e fazendo exercícios em um colchonete. Como pode ela não perceber que dá para fazer isso tudo em casa ou mesmo numa praça? Em época normal já seria patético, pagar para fazer algo que se pode fazer de graça, imaginem agora! Esse é o cúmulo de querer aparecer a todo custo ou outra doença mental qualquer: “perco a vida, mato meus entes queridos, mas olhares estarão sobre meu corpo”. Ainda nessa linha, hoje me deparo no meu bairro com um grupo voltando de uma pelada (jogadores profissionais fazem o teste e medem a temperatura para entrar em campo, já eles mal têm grana para alugar a quadra e acham que estão iguais), tomando cerveja e aglomerando até não poder mais, não tinha se quer um de máscara. Estavam tão juntos que parecia foto de time campeão (campeões da burrice, ok, entendo a pose). Um dos incapazes cognitivos eu conheço um pouco mais (o asco não me permitiu olhar por muito tempo para eventualmente reconhecer outros), é bolsonarista até o osso, mora com a avó, que tem vários problemas de saúde, e nem isso o impede.
     Enfim, o desejo do Zema de fazer o vírus circular está sendo atendido. Como dizia o Nelson Rodrigues: “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Por essas e outras tem uma parcela da população que não adianta, nada resolve, temos que lavar as mãos, figurativa e literalmente. Que vá para o colo do diabo! As únicas coisas que lamento são o risco que os trabalhadores desses locais passam e a falta de um documento assinado por essa “gente” assumindo as consequências e declarando que não usará hospitais públicos. Fico triste por crianças e idosos que convivem com eles em casa, nós, felizmente, podemos e devemos passar longe, com ou sem pandemia.

*Os locais mencionados ficam em Belo Horizonte - MG.

domingo, 30 de agosto de 2020

5 DICAS para passar no ENEM


5 DICAS do professor Moisés Prado para você arrebentar no ENEM!
Se você não pode fazer um cursinho preparatório, não desanime. Eu passei na UFMG estudando sozinho. A sua vez vai chegar! Clique, assista e comece a colocar em prática. Bons estudos e boa prova!

domingo, 23 de agosto de 2020

Aborto; react Padre; criança grávida

 
React ao padre que apoia o linchamento da criança de 10 anos que estava grávida!

A menina vinha sendo estuprada desde os 6 anos de idade pelo tio; engravidando aos 10. Nesses casos, em teoria, não precisa nem de boletim de ocorrência para realizar o aborto, contudo, na prática, teve que passar pela Justiça, que autorizou o procedimento. Mas isso não impediu os religiosos fanáticos fundamentalistas, eles tentaram impedir à força: cercaram o hospital, na tentativa de não deixar a criança e os profissionais de saúde entrar. Agrediram as pessoas, gritando aos berros: “assassinos” (reveja as cenas no vídeo). Divulgaram a imagem da menina, e só não fizeram mais devido à intervenção policial.

Quando, finalmente, o aborto foi realizado, o arcebispo de Recife, Dom Fernando Saburido, disse, depois dessas cenas medievais, que solidariza com as vozes dessas bestas lunáticas!

Passo ponto a ponto a fala do padre, onde ele tenta apresentar seus "argumentos", e mostro como tudo o que ele diz é pura bobagem, sem qualquer fundamento.

Apresento vários argumentos para defender a descriminalização do aborto, para que seja feito pela escolha da mulher, até a 12ª semana de gravidez. Assim, salvaremos a vida de mulheres pobres.

Divulgue esse vídeo. Faça coro com essa demanda. Aborto, legal, seguro e gratuito, já!

#aborto #abortolegal #criançagravida #padre #react #Recife
Contra #SaraWinter

Para mais informações, clique e confira as seguintes páginas:

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Lugar de fala; racismo; Lilia Schwarcz e Beyoncé

 
Confira meu novo vídeo no YouTube: “Lugar de fala; racismo; Lilia Schwarcz e Beyoncé”.

“LUGAR DE FALA”, por si só, NÃO é argumento!

Essa falácia foi usada para crucificar a historiadora Lilia Schwarcz, que teceu críticas ao novo filme da Beyoncé. Ao invés das pessoas apresentarem contra-argumentos, se reduziram a atacar Lilia via ad hominem. Vários artistas negros indo nessa onda, como a cantora Iza, o ator Ícaro Silva, a Paula Lima e a Maíra Azevedo (Tia Má). Não fizeram minimamente a defesa do que o filme, “Black is King”, apresenta, simplesmente ofenderam Lilia e disseram que ela não podia falar nada por ser branca, já que o filme pretende retratar a África e o povo negro. Como assim?! O dito não se reduz a quem diz. “Lugar de fala” tem relevância para narrar um sentimento, para dar voz a excluídos, não para sustentar qualquer coisa sem mais, nem para impedir as pessoas de falarem. Agir assim é um desfavor na luta contra o racismo. No vídeo, análise crítica do professor de filosofia Moisés Prado Sousa.

No vídeo faço a defesa da professora #LiliaSchwarcz, não há no texto dela qualquer racismo ou coisa que o valha. Discuti sobre elementos do vídeo nas minhas redes sociais, alguns pontos vale a pena trazer aqui, além de aproveitar a oportunidade para descrever melhor o racismo que sofri por porteiros negros na Faculdade de Medicina da UFMG.

Uma pessoa comentou na minha postagem sobre o vídeo: “A própria Lília em entrevista reconheceu seus equívocos! Sim, é possível a crítica e no caso dela errou! Foi arrogante, falou sem analisar, o contexto! Na Folha, veículo da matéria, publicou um texto de Djamila Ribeiro que analisa com argumentos os equívocos! Sim, o privilégio da branquitude falou alto e representou opressão. Não li os detratores da Lília, mas se usaram tão somente a questão do lugar de fala talvez não tenho feito uma boa argumentação ou demonstração do ponto de vista deles!”.

Eu respondi: “não percebi esse ‘erro’, meu caro. A que exatamente vc se refere?... E pior, não vi nenhuma pessoa o apontando legitimamente, mas apenas ataques ad hominem, sem qualquer base, como mostro no vídeo. A meu ver, a única parte que tem falas relativamente inconvenientes e ‘arrogantes’ são o título e o subtítulo, mas a própria Lilia Schwarc disse que não foi escrito por ela, mas pelos editores da Folha. O resto é uma opinião que não se reduz à cor de quem opinou. Que infelizmente a branquitude tem privilégios e representa opressão é um fato, mas aonde isso estaria no texto da Lilia?... Uma amiga minha historiadora chamou a atenção para um ponto importante (que nenhuma das críticas que vi se quer trouxe à discussão), a parte que ela diz: ‘...duvido que jovens se reconheçam no lado didático dessa história de retorno a um mundo encantado e glamorizado, com muito figurino de oncinha e leopardo, brilho e cristal’. Aqui talvez poderia se interpretar que ela não tem condições de, com a vivência dela, enquanto mulher branca, falar desse sentimento. Mas se prestar atenção ao contexto da fala, antes disso ela coloca: ‘Nesse contexto politizado e radicalizado do Black Lives Matter, e de movimentos como Decolonize This Place, que não aceitam mais o sentido único e Ocidental da história...’, ou seja, ela estava julgando não a partir da visão que ela pessoalmente experimenta, mas a que essas pessoas desses movimentos mencionados tem declarado constantemente... Vc me conhece há um tempo e sabe como sou crítico do capitalismo, dessa loucura de pessoas ganhando dinheiro que se quer conseguem gastar, morando em palacetes, que do mundo real só conhecem o nome, certamente o racismo vai muito além do que se tem no bolso, mas com certeza os negros pobres sofrem mais, experimentam o racismo de forma muito mais cruel e constante; se entendi bem o que a Lilia quis dizer com o final do texto, nem o mesmo penso ser um equívoco (o que ela própria reconhece ser). Por falar nisso, julgando pelo que li no texto, penso que ela pediu desculpas mais para não render essa polêmica, que só traria coisas negativas para ela, do que qualquer outra coisa. (O texto da Djamila Ribeiro está aberto só para assinantes).”

O pedido de desculpas da professora Lilia Schwarcz, o qual eu não vejo sentido de ser feito, salvo para esclarecer que o título e o subtítulo da matéria não foram escritos por ela, mas pelos editores da Folha de São Paulo, foi este:

Passei as últimas 48 horas praticando a escuta. Conversei com pessoas amigas e críticas, e rascunhei essa mensagem inúmeras vezes. Não deveria ter aceito o convite da Folha, a despeito de apreciar muito o trabalho de Beyoncé; seria melhor uma analista ou um analista negro estudiosos dos temas e questões que a cantora e o filme abordam. Ao aceitar, não deveria ter concordado com o prazo curto que atropela a reflexão mais sedimentada. Deveria também ter passado o artigo para colegas opinarem. Não ter dúvidas é ato de soberba. Também não deveria ter escrito aquele final; era irônico e aprendi que é melhor dizer, com respeito, do que insinuar. A primeira parte do artigo eleva a obra de Beyoncé, o que não é favor algum: trata-se de uma celebração da experiência negra realizada por uma das maiores artistas do nosso tempo. Apesar da minha carreira na área, não se está imune à dimensão do racismo estrutural e da branquitude. Errei e peço desculpas aos feminismos negros e aos movimentos negros com os quais desenvolvi, julgo eu, uma relação como aliada da causa antirracista. Assumo a minha responsabilidade pelo artigo e não pretendo vencer qualquer discussão. Quando uma situação dessas se monta, todos perdem; tenho consciência. Penso que a Folha de São Paulo deveria assumir sua responsabilidade, também, pois é de sua editoria o título e o subtítulo que não usam minhas palavras. Não falo em ‘erro’, tampouco que Beyoncé ‘precisa entender’ ou que usa ‘artifício holliwodyanno’ no meu artigo. Agradeço, assim, aos que fizeram críticas construtivas, sigo aprendendo com elas.

O professor Wilson Gomes, doutor em Filosofia e professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA, (detalhe: uma pessoa negra), fez duras críticas ao pedido de desculpas da Lilia. Sobre a posição dela e sobre essa situação, eu disse: “Apesar de não concordar com a generalização que o professor Wilson Gomes faz da ‘esquerda’ (que não é uníssona como ele parece pintar), tem muitos pontos interessantes na crítica dele. Concordo sobretudo com a fala de que a Lilia Schwarcz não deveria ter pedido desculpas, afinal, pedir desculpas do que, né? Quero dizer, eu no lugar dela jamais pediria, mas entendo que a polêmica inventada em si gera um desgaste enorme, provavelmente ela tomou tal atitude para evitar esses problemas... Agora, o que essa galera vai dizer sobre o professor (negro) agora, em seu ‘lugar de fala’?”.

Algumas pessoas falaram que o texto dela tinha excessos. Eu respondi: “vocês poderiam citar uma crítica que no fundo não se resume a atacar o ‘lugar de fala’? Eu não vi, ao menos durante o acontecido, não houve. Penso que Lilia Schwarcz pediu desculpas mais para evitar desgastes do que qualquer outra coisa – ela mesma menciona indiretamente isso –, afinal, se o título e o subtítulo nem foram escritos por ela, a meu ver, as únicas partes que eventualmente podem ser vistas como inconvenientes, pedir desculpas de quê? Cite o que vocês consideram ‘excesso’. Todos obviamente são passíveis de crítica, ninguém disse o contrário disso, mas o que tem de racismo ou qualquer coisa que o valha no texto da Lilia ou algo que a impediria de falar sobre a obra artística de uma artista negra?”.

Várias pessoas concordaram e elogiaram minhas colocações, cito uma colega, ela disse: “Oi Moisés, fui sua colega na UFMG. Gostei do seu vídeo, muito bem colocado, quem dera fosse tão fácil e automático a conscientização em função da hereditariedade. Parabéns pelo seu ‘lugar de fala’, bem argumentado, legítimo e com claro discernimento. Grande abraço!”.

Outra pessoa comentou: “‘Lugar de fala’ é só uma forma elegante e culta de calar o interlocutor. É uma roupagem nova do argumento de autoridade.”.

Eu respondi: “O uso que o senso comum faz do ‘lugar de fala’ infelizmente é esse mesmo, mas em tese pode ter um lugar interessante, quando é usado para dar voz a pessoas, ou grupo de pessoas, sistematicamente excluídos. Em outras palavras, é válido quando é usado para incluir e não para excluir. Em todo caso, nunca será argumento por si só, salvo quando fala de sentimento, como comento no vídeo.”.

Enfim, esse é um pouco da repercussão que penso acrescentar pontos à nossa visão. (Deixe seu comentário lá no YouTube).

Sobre o racismo que sofri na Faculdade de Medicina da UFMG, primeiramente repito o que eu disse no vídeo. Fui barrado por porteiros negros que julgaram, pelo fato do tom da minha pele ser mais escuro do que a dos estudantes de medicina, que eu não podia fazer parte daquele ambiente. Eles escolheram apenas a mim, moreno, em meio a várias pessoas brancas, para apresentar documento de identificação. A UFMG ainda teve a cara de pau de me processar judicialmente, pois eu, no calor do momento, disse que “quebraria todos os dentes do porteiro se isso acontecesse novamente”. No final das contas, desistiram de seguir em frente, mas se quer mandaram um advogado para acompanhar o porteiro na audiência, que ficou me pedindo desculpas pelos transtornos causados, morrendo de medo, pois sabia que havia me discriminado e ainda poderia me prejudicar mais, eu, a verdadeira e única vítima no caso. Um sujeito negro, com o tom de pele inclusive mais escuro que o meu, me tratando de forma extremamente racista. Na segunda vez, sim, houve uma segunda vez que sofri situação semelhante na portaria da Faculdade de Medicina da UFMG: a moça da portaria, também uma mulher negra, me disse que “a entrada é permitida apenas para alunos”. Pois é, ela simplesmente julgou que eu não era aluno de lá! Fiz questão de reclamar até o fim, a inquiri por que estava julgando que eu não era aluno. Mas ela ficou fingindo de boba, desconversando. Chamei o chefe da segurança, exigi que ele mostrasse para ela o documento que permite a entrada de qualquer pessoa no prédio e, sobretudo, fui novamente até à Direção para registrar a reclamação do racismo que eu sofri. Lembro que peguei o telefone para chamar a polícia dessa vez, mas não conseguiria chegar ao meu serviço a tempo, e já não podia atrasar mais, além do que seria minha palavra contra a dela. Por fim, a resposta que obtive da faculdade foi a desculpa esfarrapada de sempre: “prezado, nos desculpamos pelos transtornos, mas você entendeu errado, nós aqui presamos pela diversidade cultural e pela igualdade entre as pessoas... a funcionária nega que tenha dito isso, em todo caso, garantimos que ela será novamente orientada sobre nossos valores, blá, blá, blá...”.

Nossa luta contra o racismo não terá ganhos com esse desfavor. Com tanto “capitão do mato” fazendo merda por aí, como é o caso do próprio presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, e as pessoas atacando aliados. Não dá! Repasse essa ideia, divulgue esse texto e vídeo. “Lugar de fala”, por si só, não é argumento!

sexta-feira, 19 de junho de 2020

PASMEM: as zonas de prostituição de BH voltaram a funcionar!



[Reprodução de debate em rede social na mesma data]

EU, MOISÉS: Cara, acho que nem nos “ensaios de humanidade” chegamos ainda... PASMEM: as zonas de prostituição de BH, sobe e desce, voltaram a funcionar! A estupidez e a exploração sobre os mais necessitados realmente não têm limites. “Hotel” pode, né Kalil?

A. V.: Problema é que elas estavam trabalhando na rua. Aí tem outros riscos. É um problema bem complexo. Se o governo tivesse uma renda decente para as pessoas poderem fazer quarentena em casa sem passar necessidades, era mais fácil.

EU, MOISÉSNão vejo complexidade nesse quesito, estamos com a curva do corona subindo como o Everest, deveria continuar fechado. Por razões óbvias, alí é impossível o distanciamento social. E pensando na questão da grana, serão relativamente poucos programas, ficará, ainda mais do que de costume, quase tudo na mão do cafetão, ops, dono do "hotel". Só teremos mais mortes e contágios assim.

A. V.Nesse ponto, eu penso que não dá pra discriminar em relação a outros comércios que foram abertos e também não têm como evitar aglomeração. O certo era não ter liberado nada. Já que os casos seguem aumentando. Mesmo eles ficando com parte do dinheiro, elas preferem trabalhar com alguma segurança. Já que o Estado ainda não oferece ao não reconhecer a relação trabalhista pra poder regular.

EU, MOISÉSA regulação sim é algo complexo, tem lados positivos e negativos para elas; o cafetão legalizado como empresário poderia gerar uma exploração ainda maior, ele negociar e receber o valor pago pelo cliente, a pessoa contratada não poder recusar atender, garantia no serviço ou dinheiro de volta, e por aí vai, enquanto paga um salário mínimo por horas de trabalho, independente de quantos a pessoa atende, por outro lado, teriam direitos trabalhistas, o que, apesar dos ataques sofridos recentemente, ainda é importante. A discussão é válida, longa, teria que as proteger dessas explorações todas, o que não seria fácil, mas esse não é o foco agora. Trata-se de vida ou morte frente à uma pandemia. Várias coisas deveriam estar fechadas sim, como igrejas, por exemplo, mas nenhum lugar se equipara. Não falo apenas da aglomeração em um local pequeno sem a devida limpeza, isso também, mas o principal é que, tirando o Kid Bengala, não existe sexo à distância, rs... Desculpe a piada, mas esse é o ponto, contágio certo, várias pessoas por dia. É a encarnação de lucrar a preço da vida das pessoas, literalmente!

A. V.No hotel ou na rua, a questão é que elas não pararam de trabalhar. O possível é pensar em redução de danos. Por isso o mais importante era se elas tivessem um auxílio suficiente pra parar. Sobre a regulamentação do trabalho, a reivindicação parte delas. Então elas sabem o que é melhor. Se fossem patrões, por exemplo, os donos dos hotéis teriam mais responsabilidade com elas nesse momento, por exemplo.

EU, MOISÉSNão é a mesma coisa, na rua são muito menos programas, menos pessoas chegando, não é uma só cama e muitas preferiram se virar com os, sim, poucos, R$ 600 (podendo chegar a já não exatamente poucos, comparado com o salário mínimo, R$ 1200, se forem mães chefes de família, como a maioria é) ao invés de fazer programas nesse período. Abrir os estabelecimentos é quase uma convocação à normalidade. Muitas que não fizeram ou nunca fazem na rua estarão voltando. Foi uma grande conquista (surpreendente, inclusive) da Câmara esse valor, permite as pessoas sobreviverem; vão tentar é abaixá-lo, em breve... Quanto a regulamentação, como eu disse, é outra questão, mas não acho que por ser uma reivindicação delas (na verdade grande parte não reivindica, por várias razões, essas que coloquei e outras), nós não devemos discutir, até porque a maioria delas tem uma escolaridade baixíssima, é preciso dialogar, mostrar outros pontos de vista, dar auxílio técnico, jurídico e etc., para tratar todos os pontos em voga e lutar juntos pela dignidade de forma geral, dentro e fora do ambiente de trabalho... Não creio que teriam, não só porque vários trabalhadores “chão de fábrica” estão largados pelos seus patrões, pagando pelos próprios EPIs (quando têm), mas porque é o tipo de trabalho que não permite o distanciamento mínimo recomendado.

K. V.: Não sei se a notícia procede, mas soube por intermédio de uma aluna, já há mais tempo, que os chineses compraram e são eles que têm administrado os prostíbulos ali das redondezas, entre eles, Guaicurus.

EU, MOISÉSEu diria que isso é lenda viu, nunca ouvi nada a respeito, é muito improvável, e se tem tempo então, certamente alguém já teria feito uma matéria... Via de regra, os chineses que estão ali na região não são pessoas com muito capital, eles alugam os estabelecimentos para vender mercadorias importadas, no muito compram um box no Shopping Oiapoque, não existe uma rede, normalmente são famílias, trabalhando todos juntos em uma só loja, e não faria sentido investir tanto comprando tais imóveis que, apesar da maioria estar caindo aos pedaços, obviamente não são nada baratos e não há como expandir.

domingo, 24 de maio de 2020

Não estamos longe de um golpe

     Com o Bozo e os filhos, todos bandidos, cada vez mais encurralados pela justiça, o risco de golpe, que sempre foi real por termos uma viúva da Ditadura no poder, se torna presente. Não é exagero, vejamos o que aconteceu com o Evo Morales na Bolívia, em pleno século XXI, eleito legitimamente, só não foi assassinado por milicianos porque fugiu e se escondeu; ou ainda, quantos países não apoiaram o autodeclarado presidente da Venezuela, o piada pronta, Guaidó. São nossos vizinhos. O mundo assiste a tudo isso calado. Com a gente não seria diferente.
    Não esqueçamos que antes mesmo da eleição, o boçal que nos preside disse que, se não fosse eleito, não aceitaria o resultado das urnas, com essas palavras, e assim que soube da vitória, em um dos pronunciamentos mais patéticos já visto, disse que os "vermelhos serão banidos de nossa pátria". Não entregar o celular de jeito nenhum, como afirmou o Bozo, é não respeitar a justiça, que pode fazer tal solicitação. O pronunciamento desse milico ressentido, general Heleno, é criminoso! Uma ameaça sem o menor pudor. Os milicos e o gado estão batendo palmas, prontos para o que der e vier. É com esse tipo de gente que estamos lidando. Numa situação de pandemia, pessoas inteligentes estão impedidas de lotar as ruas em protesto, mas é preciso agir, mobilizar as pessoas, acionar o judiciário, o legislativo, todo órgão responsável e estar preparado para enfrentar o pior, apenas notas de repúdio não vão resolver o problema.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Explique-me o que te leva a ainda assistir o BBB

EU, MOISÉS: Por gentileza, me explique o que te leva a assistir o vômito deletério de neurônios, BBB, em sua milionésima versão. #GetALife

R. F.: Real, não consigo ver 5 minutos desse lixo! Nem dá pra chamar de entretenimento barato. Se quiserem me torturar, esse é o caminho!

EU, MOISÉS: Verdade, mano, somos dois. Quarentena não é desculpa. Enfiem agulha debaixo da unha que é mais suave!

F. M. C.: Não acompanho o programa. Como telespectadora, nunca gostei, mas confesso que essa edição do programa me chamou a atenção pelo "destaque" que participantes negros tiveram. Uma mulher negra vencendora de  programa de comoção nacional pra mim, além da representatividade, tem a questão de identificação. O programa em si não é das melhores criações que a tv já teve, mas levando em consideração como experimento social, consigo tirar algum proveito. É uma questão de olhar crítico. Apesar do meu lado negativo também achar que colocar uma mulher negra como vencedora seja apenas uma forma de manipulação com intuito de acalmar os ânimos daqueles "insatisfeitos". Passa uma impressão ilusória de conquista de algo, se é que me entende.

EU, MOISÉS: Com toda franqueza, nem sei quem ganhou, realmente não paro para ler nada a respeito, só tenho visto muita gente comentando sobre, o que me intrigou... Não sei se esse lixo de programa ainda existe em outro lugar do mundo, 20 edições deve ser só no Brasil. Também não sei dizer se manipulam os votos, não duvido, pode ser o caso, e com essa intenção que vc menciona sim. Lembro que quando assisti um há séculos atrás, eles pediam para os candidatos mandarem vídeos, mas escolhiam modelos que nem inscrito tinham, o que vazou na época por um dos próprios participantes, então, certamente tudo é possível, até porque o público fiel dessa merda normalmente não tem capacidade para perceber essas coisas... Quanto à questão do espaço para pessoas negras na tv, penso que esse é um dos piores possíveis, quero ver negros em posições significativas, não como hamster na gaiola animando circo com bobagens que não vale a pena perder um segundo se quer. Mas já que essa merda existe e muitos perdem a vida assistindo, ter só brancos protagonistas é obviamente racismo, já que os diretores fazem praticamente toda a narrativa pela edição; então, concordo em partes contigo... Enfim, fico tentando imaginar o que leva alguém, em um sábado à noite, parar para assistir uma festa de meia dúzia de pessoas e coisas do tipo.

G. F.: Moisés, foi a médica preta. Thelminha. Babuzão papai saiu na semi final. O que mobilizou mesmo o BBB foi a quarentena.

F. M. C.: Como disse, o programa não agrega conhecimento pra maioria da audiência que assiste por falta de senso crítico, mas que a edição foi sim especial para a comunidade negra, não tem como negar; e só quem entende isso somos nós, negros, e muito mais profundo  do que a superficialidade que é passada no programa. O cenário político, social, dos últimos anos, gerou impactos que começam a refletir agora. Mas vc não acompanhou o desenrolar do programa, o que dificulta ter uma opinião. Mas como já concordamos, tudo na mídia envolve manipulação.

EU, MOISÉS: Não posso opinar com propriedade sobre eles, mas sendo o protagonismo dos brancos no BBB, o que provavelmente é o caso (também não posso falar com 100% de certeza, assisti um e meio dos vinte que teve), já que quase sempre é assim nessa sociedade estruturalmente racista, pode ser relevante eles tendo chegado e ganhado. Apesar do programa ser um derretedor de cérebro, muita gente assiste.

F. M. C.: A questão não foi sobre ganhar ou perder.

EU, MOISÉS: Estou escrevendo pelo celular, não tinha aparecido sua resposta, estava respondendo ao G. F. Então, não sou branco, tenho muito mais características indígenas, fui barrado duas vezes na portaria da Faculdade de Medicina da UFMG e ainda ouvindo, na segunda vez, a mulher que estava na portaria, julgando pela minha cara, dizer: "aqui é para alunos". Fiz questão de brigar e fazer acontecer nas duas vezes, na segunda entrar como não aluno, mesmo sendo aluno, mas fato é que, independente de qualquer coisa, fui discriminado por minha aparência destoar de quase a totalidade dos alunos de medicina na época, principalmente pelo meu tom de pele ser mais escuro que o deles (isso foi antes da política de cotas). No Brasil a intensidade do racismo aumenta quanto mais escura for a pele, fato, mas consigo sim imaginar essa representação, até porque me vejo mais neles. Sou pardo, faço parte dos negros. Não nego que tenha importância para a comunidade negra, ainda mais uma mulher negra, o que lamento é a existência do BBB.

W. S.: Nem parece que leu o racista do Kant,  hein Moisés. Rsss. Fazendo  crítica sem conhecimento de causa, man!? Haviam dois participantes que estavam discutindo e se envolvendo em  questões mais amplas que um simples reality.

EU, MOISÉS: Ora, é com conhecimento de causa, meu caro, o programa é o mesmo lixo desde a primeira edição, inclusive é por isso que pagam por usar o formato. Não vale a pena mergulhar na merda para eventualmente achar uma maçã, ainda mais sabendo que há maçãs melhores fora.

G. F.: O problema é esperar do programa BBB emancipação. Isso é reduzir o que seja racismo na sociedade. Mas compare: tem mais pessoas que odeiam BBB esperando a redenção do racismo do que quem brincou de BBB. Quem brincou de BBB não esperava a superação do racismo. Mas votaram, protestaram , fizeram debates.  E se entreteu.

EU, MOISÉS: Não vi absolutamente nada do programa. Mas com certeza não é lugar propício para considerar o negro como emancipado, e talvez ainda mascarando de tabela o problema concreto que é o racismo na sociedade; nesse ponto concordo plenamente contigo. Falar do tema em qualquer campo é importante, mas é preciso infinitamente mais que um BBB da vida para a questão ser levada a sério. É preciso, sobretudo, ocupar posições de prestígio.

G. F.: Sim. É uma questão de coerência entre demanda e ferramenta. Vc já assinou aqueles abaixo-assinados achando que aquilo ia mudar o Brasil ou respondeu enquete do governo? Vc não espera uma revolução nas eleições, né? Ou torce em um jogo do futebol achando que está colaborando para a democracia? Ninguém que assisti BBB espera uma mudança estrutural na sociedade. Pelo que parece, quem espera isso é quem não chegou assistir um dia. (Ninguém é obrigado a gostar. Mas constranger também, me parece a verdadeira alienação).

EU, MOISÉS: O BBB é a morte em vida, mas inacreditavelmente ainda fala para muita gente, então, se algo positivo for dito, não vai mudar as coisas, claro, mas pode contribuir em algum sentido num país com tão baixa escolaridade. Mas fato é que o lixo e a perda de tempo são a regra, intrigas patéticas entre seres humanos presos em uma gaiola, o resto é pano de fundo, mero "cenário" para as baboseiras corriqueiras. Como o R. F. disse, eu também só assisto sob tortura (e olhe lá!).

R. F.: É, no dia em que qualquer mudança na sociedade depender de um programa de televisão, talvez eu assista. Eu não critico pessoalmente quem assiste, cada um gasta o tempo que tem com o que quiser. Eu acho horrososo, adolescente, cheio de discussões patéticas com pessoas medianas demais. Não é um entretenimento que me cativa. Agora, uma coisa  que tenho reparado, e que o G. F. até citou também como se fosse o caso do comentário do Moisés,  é que quando se critica algo popular, logo aparece alguém tomando as dores. Por exemplo, se eu disser que sertanejo universitário é um lixo, vão descer o pau em mim. Mas se alguém faz um post elogiando, tá tudo bem, direito de expressão.

G. F.: Moisés, vc está apaixonado pelo BBB. O programa não pretende ser tão grande pra ser tão ruim como vc apontou. Vc colocar o programa nesse patamar é na verdade uma declaração de paixão. Vc está mais apaixonado pelo programa do que quem viu, emocionou, votou e acompanhou. Não sei os colegas W. S. e o amigo acima, mas eu vendo, acompanhando e torcendo, não fiquei tão apaixonado quanto vc ao programa.

W. S.: Poha véio, torci para o Babu como um louco. Altas pautas, altos cutucos na branquitude. Claro que isso não derruba nenhum muro, mas causa boas fissuras, penso.

G. F.: Penso que joga uma semente na cabeça de um grande público, que pode não germinar ou germinar. A perspectiva é a grande relevância da representatividade.  Não o pódio em si. Ter perspectiva que realmente fere a branquitude.

EU, MOISÉS: G. F., não entendi. Fiz uma crítica, amigos comentaram, os respondi. Agora, o programa é um chorume, mas não dá para negar o alcance do mesmo. É certo que se não fosse da Globo já teria deixado de existir, mas é e infelizmente dá muita audiência.

G. F.: Sim, e é só um programa, um vídeo game coletivo que mobiliza ações sobre um contexto de convivência controlada. Existe coisas muito mais pesadas para pautar nessa dinâmica, muito mais. A política do espetáculo, desde os primórdios, passando por futebol, MMA e afins, a exploração da vida da pessoa para detrimento de uma burguesia. (Embora hoje não possamos falar que o detrimento do programa é a burguesia, mas reside algo de escravocrata, como os gladiadores na Grécia). Pensar, inclusive com seu conhecimento filosófico, como não é novidade pessoas pretas nesse lugar, e como não é inédito pessoas pretas sacrificarem algo de relevante, como a vida, para gozo social. Sei lá, eu teria, sem seu estudo de foco, pelo menos umas dez ideias para criticar o BBB e a relação com o espetáculo. Escravos postos para se matarem para dar gozo a uma multidão a fim de que esses não se rebelem. Tem muita coisa, fraga? E no final de uma arguição sua, poderíamos ficar pensando como não rompemos com esses hábitos. Porém, para fazer algo do tipo, vc não pode estar apaixonado como está, é como se fizesse um moinho de vento virar um dragão para mostrar que temos que enfrentar esse dragão bravamente e de forma Quixotesca, enquanto no final da coisa toda, é só um moinho de vento. A paixão pela batalha faz com que pareça um dragão e não o uso do moinho como seria, equivocadamente, atribuido às pessoas que usam moinhos de vento para alguma coisa. BBB é um espetáculo, e a função do espetáculo socialmente está posta. Provavelmente eu discordaria com vc, mas saberia que foi feito com muito zelo, e não a redução imediatista da coisa toda. Mas concordaríamos que BBB é um moinho de vento.

EU, MOISÉS: Importante essa questão do espetáculo, da mercadorizacão das relações humanas, forçadas como "entretenimento". Há muito a se criticar em algo tão tosco, por décadas no ar, aniquilando neurônios. Certamente minha análise não é fria, tem uma surpresa, uma perplexidade e uma certa indignação de ver tantas pessoas que considero acompanhando e comentando sobre esse programa imbecilizante; se agora com a palavra paixão vc se refere ao páthos grego, e não à "declaração de paixão", concordo contigo. Acho muito difícil tratar certas coisas sem ser por elas afetados, no caso do BBB, no mínimo o asco é inevitável.

[Reprodução de debate em rede social, no dia seguinte após o término do programa Big Brother Brasil (BBB) 2020, produzido pela Rede Globo de televisão].

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Moro e Bolsonaro - Resumo da novela

     A PF vira de vez antessala da milícia; Flávio, Eduardo, Carluxo Bolsolixo e corja livres. O juizeco partidário Moro usado como uma camisinha.
     O Batoré de toga protegia a família Bozo, no mínimo indiretamente, ao se calar esse tempo todo. Mas, pelo visto, ele achou que não seria tão objeto assim. Claro que está envolvido ego e capital político também, as demissões dos dirigentes da PF iriam descarar demais a proteção da corja. Bozo o fritou de propósito, Moro chama holofote da imprensa em tudo o que faz ou deixa de fazer, seria difícil salvar os filhos bandidos assim. E é a garantia que o governo "não" será mais corrupto. É fácil pular fora e deixar o cancro que ele ajudou a eleger para nós, e sai ainda como "paladino da justiça".
     O miliciano Bozo apelando para religião, família, patriotismo, o povo (o que ele julga ser o povo, a partir de meia dúzia de terraplanistas que pedem intervenção militar e volta do AI-5, fazendo manifestação em plena pandemia), criminalização do aborto, porte de armas, liberdade contra a esquerda, "exagero" no caso Marielle, fakecada e etc, por fim, diz que demitiu o diretor da PF para fazer caridade a um homem "cansado", que por um mistério de outro mundo não pediu para sair, ou seja, argumento zero, claro... Mas se ele alega que o juizeco Moro está mentindo, que é um ministro que age contra ele, que inclusive o teria chantageado para ser ministro do STF, por qual razão ele não o demitiu?! Ele nem tenta ser um pouco menos piada pronta.
     Agora é hora de nós opositores ficarmos firmes, prontos para o que der e vier; esses idiotas não aceitarão sair do poder.

PS: Moro acaba de apresentar ao Jornal Nacional prints de conversas por aplicativo que demonstram que o Bozo estava mentindo, como era evidente. Dessas ele lembra, rs.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

SELEÇÃO DE FILMES QUE ASSISTI E INDICO:


(Atualizado em 22/04/2024)

·         12 anos de escravidão 
·         13 minutos
·         21 gramas
·         35 doses de rum
·         300
·         1408
·         1917
·         A Baleia
·         A caça
·         A caçada
·         A casa do lago
·         A casa dos espíritos
·         A chave mestra
·         A condenação
·         A conquista da honra
·         A criada
·         A culpa é das estrelas
·         A espera de um milagre
·         A forma da água
·         A garota dinamarquesa
·         A garota na névoa
·         A grande mentira
·         A grande mentira (The debt) 
·         A imigrante
·         A invenção de Hugo Cabret
·         A lista de Schindler
·         A menina que roubava livros
·         A negociação
·         A origem
·         A outra história americana
·         A paixão de Cristo
·         A pé ele não vai longe
·         A procura da felicidade
·         A qualquer custo
·         A queda – As últimas horas de Hitler
·         A rede social
·         A teoria de tudo
·         A travessia
·         A troca
·         A vida de David Gale
·         A vida é bela
·         A vida secreta de Water Mitty
·         A vila
·         A visita
·         A voz suprema do blues
·         Adoráveis mulheres
·         Além da vida
·         Alexandria (Ágora)
·         Ali
·         Alta fidelidade
·         Amistad
·         Amnésia
·         Anatomia de uma queda
·         Anônimo
·         Antes da chuva
·         Antes de partir
·         Antes do amanhecer
·         Antes que o diabo saiba que você está morto
·         Apollo 13
·         Aquarius
·         Armagedon
·         As aventuras de Pi
·         As duas faces de um crime
·         As pontes de Madison
·         As sufragistas
·         Assassinato no expresso do oriente
·         Assassinos da Lua das Flores
·         Ataque dos cães
·         Até o último homem
·         Atentado ao Hotel Taj Mahal
·         Avatar
·         Avatar 2 - O caminho da água
·         Bacurau
·         Bastardos inglórios
·         Barbie
·         Beasts of no nation
·         Bela vingança
·         Beleza americana
·         Beleza oculta
·         Belfast
·         Bird box
·         Birdman
·         Blue Jasmine
·         Bohemian Rhapsody
·         Borat (1) - O segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão viaja à América
·         Borat (2) - Fita de cinema seguinte
·         Boyhood
·         Brigada 49
·         Brilho eterno de uma mente sem lembranças
·         Brooklyn
·         Buscando
·         Capitão Philips
·         Carandiru
·         Carol
·         Cartas de Iwo Jima
·         Cavalo de guerra
·         Cazuza – O tempo não pára
·         Central do Brasil
·         Chamas da vingança
·         Charles Chaplin – Luzes da Cidade
·         Charles Chaplin – O Grande Ditador
·         Charles Chaplin – Tempos modernos
·         Chicago
·         Cidade de Deus
·         Cidade dos anjos
·         Click
·         Close
·         Clube da luta
·         Clube de compras Dallas
·         Código Da Vinci
·         Código de conduta
·         Código de honra
·         Colateral
·         Conduta de risco
·         Conduzindo Miss Daisy
·         Coração valente
·         Corações de ferro
·         Coringa
·         Corpo e alma
·         Corra!
·         Creed 1 – Nascido para lutar
·         Creed 2
·         Crime sem saída
·         Crimes ocultos
·         Cruzada
·         Curvas da vida
·         Debi & Loide – Dois idiotas em apuros
·         Deixa ela entrar
·         Desejo e reparação
·         Destruição final: o último refúgio
·         Dia de treinamento
·         Diamante de sangue
·         Diário de um adolescente
·         Diários de motocicleta
·         Dívida de honra
·         Django livre
·         Dogville
·         Dois papas
·         Donnie Darko
·         Dor e glória
·         Doutor Gama
·         Druk  mais uma rodada
·         Duelo de Titãs
·         Duna
·         Dunkirk
·         Efeito borboleta
·         El cuerpo
·         Ela
·         Em busca da Terra do Nunca
·         Emancipation
·         Encontrando Forrester
·         Encontro marcado
·         Encontros e desencontros
·         Ensaio sobre a cegueira
·         Entre facas e segredos
·         Entre mulheres
·         Era uma vez um sonho
·         Escritores da liberdade
·         Estrada para a perdição
·         Estrada sem lei
·         Estrelas além do tempo
·         Eu não sou seu negro
·         Eu, Daniel Blake
·         Eu, eu mesmo, e Irene
·         Eu, robô
·         Everest
·         Evidências de um crime
·         Evil, raízes do mal
·         Extraordinário
·         Falcão
·         Falcão negro em perigo
·         Fargo
·         Faroeste Caboclo
·         Ficção Americana
·         Filadélfia
·         Filhos de Saul
·         Filhos da esperança
·         Final Fantasy VII – Advent Children
·         Flores do oriente
·         Fogo contra fogo
·         Fomos heróis
·         Ford vs Ferrari
·         Forrest Gump
·         Fragmentado
·         Fruitvale Station: A última parada
·         Fuga de Pretória
·         Garota exemplar
·         Gênio indomável
·         Girl rising
·         Gladiador
·         Gran Torino
·         Green Book – O guia
·         Guerra ao terror
·         Guerra Civil
·         Hannibal 1 – O silêncio dos inocentes
·         Hannibal 2 – Dragão vermelho
·         Hannibal 3
·         Hannibal 4 – A origem do mal
·         História de um casamento
·         Hitch
·         Homens de honra
·         Honeyland
·         Horas decisivas
·         Horizonte profundo
·         Hostis
·         Hotel Ruanda
·         Ilha do medo
·         Incêndios
·         Independence Day
·         Indomável sonhadora
·         Infiltrados na Klan
·         Inimigos públicos
·         Instinto
·         Interestelar
·         Intocáveis
·         Inverno da alma
·         Invictus
·         Invocação do mal
·         Jack
·         Janela indiscreta
·         Jogada de rei
·         Jogo perigoso
·         Jogos mortais 1
·         Johnny e June
·         Jojo Rabbit
·         Judas e o Messias Negro
·         Judy – Muito além do arco-íris
·         King Richard: criando campeãs
·         La la land
·         Ladrões de bicicletas
·         Lady Bird – A hora de voar
·         Lágrimas do Sol
·         Lendas da vida
·         Leon – O profissional
·         Lincoln
·         Lion – Uma jornada para casa
·         Lixo extraordinário
·         Loving
·         Lula, o filho do Brasil
·         Luta por justiça
·         Maestro
·         Malcolm X
·         Manchester à beira-mar
·         Mãos talentosas – A história de Ben Carson
·         Mar em fúria
·         Marcados para morrer
·         Maria Madalena
·         Mariguella
·         Marshall – Igualdade e justiça
·         Marte Um
·         Matrix
·         Matrix Reloaded
·         Matrix Revolutions
·         Me chame pelo seu nome
·         Medo da verdade
·         Meia noite em Paris
·         Melhor é impossível
·         Menina de ouro
·         Meninos não choram
·         Mesmo se nada der certo
·         Meu mestre minha vida
·         Meu nome é Rádio
·         Meu pai
·         Meu pé esquerdo
·         Meu primeiro amor
·         MIB – Homens de preto
·         Milk
·         Millennium – Os homens que não amavam as mulheres
·         Minari
·         Minority Report
·         Monstros S.A.
·         Moonlight – Sob a luz do luar
·         Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi
·         Mulan
·         Munique - No limite da Guerra
·         Na natureza selvagem
·         Nada de novo no front
·         Não olhe para cima
·         Napoleão
·         Nasce uma estrela
·         Náufrago
·         Nebraska
·         Nenhum a menos
·         No limite
·         No portal da eternidade
·         No ritmo do coração
·         Nomadland
·         Número 23
·         O abraço da serpente
·         O advogado dos 5 crimes
·         O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford
·         O assassino
·         O auto da compadecida
·         O aviador
·         O beco do pesadelo
·         O caçador de pipas
·         O clube do imperador
·         O colecionador de ossos
·         O conde de Monte Cristo
·         O coração corajoso de Irena Sendler
·         O despertar de uma paixão
·         O destino de uma nação
·         O dia do atentado
·         O diário de Anne Frank (1959)
·         O discurso do rei
·         O doador de memórias
·         O escândalo
·         O exorcismo de Emily Rose
·         O gangster
·         O grande desafio
·         O grande Gatsby
·         O grande herói
·         O homem bicentenário
·         O homem nas trevas
·         O homem que mudou o jogo
·         O homem que vendeu a sua pele
·         O impossível
·         O informante
·         O irlandês
·         O jardineiro fiel
·         O jogo da imitação
·         O lar das crianças peculiares
·         O leitor
·         O lobo atrás da porta
·         O lobo do deserto
·         O menino do pijama listrado
·         O menino e a garça
·         O menino que descobriu o vento
·         O mordomo da Casa Branca
·         O operário
·         O orfanato
·         O paciente inglês
·         O pacto
·         O palhaço
·         O patriota
·         O pianista
·         O poço
·         O poderoso chefão
·         O poderoso chefão 2
·         O poderoso chefão 3
·         O preço de um resgate
·         O preço da verdade – Dark Waters
·         O primeiro homem
·         O primeiro mentiroso
·         O professor aloprado
·         O quarto de Jack
·         O quarto do pânico
·         O que é isso companheiro
·         O regresso
·         O resgate do soldado Ryan
·         O segredo dos seus olhos
·         O senhor das armas
·         O Senhor dos Anéis – A sociedade do anel
·         O Senhor dos Anéis – As duas torres
·         O Senhor dos Anéis – O retorno do Rei
·         O sexto sentido
·         O show de Truman
·         O sorriso de Mona Lisa
·         O substituto
·         O talentoso Ripley
·         O tigre branco
·         O último dos moicanos
·         O último rei da Escócia
·         O último samurai
·         O universo no olhar
·         O vencedor
·         Obrigado por fumar
·         Olga
·         Onde os fracos não têm vez
·         Operação Valquíria
·         Orgulho e preconceito
·         Os 7 de Chicago
·         Os 33
·         Os agentes do destino
·         Os Banshees de Inisherin
·         Os descendentes
·         Os Fabelmans
·         Os falsários
·         Os imperdoáveis
·         Os incríveis
·         Os indomáveis
·         Os infiltrados
·         Os meninos que enganavam os nazistas
·         Os miseráveis
·         Os outros
·         Os pequenos vestígios
·         Os rejeitados
·         Os suspeitos
·         Os últimos passos de um homem
·         Os vigaristas
·         Pantera negra
·         Para sempre Alice
·         Parasita
·         Patch Adams
·         Pearl Harbor
·         Perdido em Marte
·         Perfume de mulher
·         Persépolis
·         Philomena
·         Planeta dos macacos – A guerra
·         Platoon
·         Pobres criaturas
·         Ponte dos espiões
·         Preciosa – Uma História de Esperança
·         Precisamos falar sobre o Kevin
·         Prenda-me se for capaz
·         Professor Polvo
·         Projeto Flórida
·         Psicopata americano
·         Pulp Fiction – Tempo de Violência
·         Quando as luzes se apagam
·         Que horas ela volta?
·         Quem quer ser um milionário?
·         Quero ser John Malkovich
·         Quo vadis, Aida?
·         REC
·         Rede de mentiras
·         Redenção
·         Refém do silêncio
·         Regras da vida
·         Relatos do mundo
·         Relatos selvagens
·         Rocketman
·         Rocky
·         Roma
·         Rosa e Momo
·         Sangue negro
·         Sangue no gelo
·         Se beber, não case!
·         Selma
·         Sem rastros
·         Sergio
·         Sete minutos depois da meia-noite
·         Sete vidas
·         Seven – Os sete crimes capitais
·         Shakespeare apaixonado
·         Sicario – Terra de ninguém
·         Sideways – Entre umas e outras
·         Sin City
·         Sinais
·         Sniper Americano
·         Sobre meninos e lobos
·         Sociedade dos poetas mortos
·         Soul
·         Sound of metal
·         Spotlight – Segredos revelados
·         Sr. Sherlock Holmes
·         Substitutos
·         Sully – O herói do Rio Hudson
·         Tão forte e tão perto
·         Tempo de despertar
·         Terra fria
·         Tese sobre um homicídio
·         The garden left behind
·         The normal heart
·         Titanic
·         Todo poderoso
·         Tomates verdes fritos
·         Toy Story
·         Trama fantasma
·         Tratamento de choque
·         Três anúncios para um crime
·         Três Reis
·         Tróia
·         Trois couleurs  A liberdade é azul
·         Trois couleurs  A igualdade é branca
·         Trois couleurs  A fraternidade é vermelha
·         Tropa de Elite
·         Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro
·         Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo
·         Tudo pode dar certo
·         Última parada 174
·         Última viagem a Vegas
·         Um ato de coragem
·         Um ato de liberdade
·         Um contratempo
·         Um dia de fúria
·         Um estranho no ninho
·         Um homem de família
·         Um homem entre gigantes
·         Um limite entre nós
·         Um lindo dia na vizinhança
·         Um lugar silencioso
·         Um lugar silencioso 2
·         Um sonho de liberdade
·         Um sonho possível
·         Uma lição de amor
·         Uma lição de vida
·         Uma linda mulher
·         Uma mente brilhante
·         Uma noite de 12 anos
·         Uma noite em Miami
·         V de Vingança
·         Valente
·         Vice
·         Vicky Cristina Barcelona
·         Vida de inseto
·         Vidas passadas
·         Viva – A vida é uma festa
·         Você não conhece o Jack
·         Wall-E
·         War Machine
·         Whiplash
·         X-Men – Dias de um futuro esquecido
·         X-Men – Logan
·         X-Men – Primeira classe
·         X-Men – Origens Wolverine
·         Zodíaco
·         Zona verde
·         Zulu