sexta-feira, 19 de junho de 2020

PASMEM: as zonas de prostituição de BH voltaram a funcionar!



[Reprodução de debate em rede social na mesma data]

EU, MOISÉS: Cara, acho que nem nos “ensaios de humanidade” chegamos ainda... PASMEM: as zonas de prostituição de BH, sobe e desce, voltaram a funcionar! A estupidez e a exploração sobre os mais necessitados realmente não têm limites. “Hotel” pode, né Kalil?

A. V.: Problema é que elas estavam trabalhando na rua. Aí tem outros riscos. É um problema bem complexo. Se o governo tivesse uma renda decente para as pessoas poderem fazer quarentena em casa sem passar necessidades, era mais fácil.

EU, MOISÉSNão vejo complexidade nesse quesito, estamos com a curva do corona subindo como o Everest, deveria continuar fechado. Por razões óbvias, alí é impossível o distanciamento social. E pensando na questão da grana, serão relativamente poucos programas, ficará, ainda mais do que de costume, quase tudo na mão do cafetão, ops, dono do "hotel". Só teremos mais mortes e contágios assim.

A. V.Nesse ponto, eu penso que não dá pra discriminar em relação a outros comércios que foram abertos e também não têm como evitar aglomeração. O certo era não ter liberado nada. Já que os casos seguem aumentando. Mesmo eles ficando com parte do dinheiro, elas preferem trabalhar com alguma segurança. Já que o Estado ainda não oferece ao não reconhecer a relação trabalhista pra poder regular.

EU, MOISÉSA regulação sim é algo complexo, tem lados positivos e negativos para elas; o cafetão legalizado como empresário poderia gerar uma exploração ainda maior, ele negociar e receber o valor pago pelo cliente, a pessoa contratada não poder recusar atender, garantia no serviço ou dinheiro de volta, e por aí vai, enquanto paga um salário mínimo por horas de trabalho, independente de quantos a pessoa atende, por outro lado, teriam direitos trabalhistas, o que, apesar dos ataques sofridos recentemente, ainda é importante. A discussão é válida, longa, teria que as proteger dessas explorações todas, o que não seria fácil, mas esse não é o foco agora. Trata-se de vida ou morte frente à uma pandemia. Várias coisas deveriam estar fechadas sim, como igrejas, por exemplo, mas nenhum lugar se equipara. Não falo apenas da aglomeração em um local pequeno sem a devida limpeza, isso também, mas o principal é que, tirando o Kid Bengala, não existe sexo à distância, rs... Desculpe a piada, mas esse é o ponto, contágio certo, várias pessoas por dia. É a encarnação de lucrar a preço da vida das pessoas, literalmente!

A. V.No hotel ou na rua, a questão é que elas não pararam de trabalhar. O possível é pensar em redução de danos. Por isso o mais importante era se elas tivessem um auxílio suficiente pra parar. Sobre a regulamentação do trabalho, a reivindicação parte delas. Então elas sabem o que é melhor. Se fossem patrões, por exemplo, os donos dos hotéis teriam mais responsabilidade com elas nesse momento, por exemplo.

EU, MOISÉSNão é a mesma coisa, na rua são muito menos programas, menos pessoas chegando, não é uma só cama e muitas preferiram se virar com os, sim, poucos, R$ 600 (podendo chegar a já não exatamente poucos, comparado com o salário mínimo, R$ 1200, se forem mães chefes de família, como a maioria é) ao invés de fazer programas nesse período. Abrir os estabelecimentos é quase uma convocação à normalidade. Muitas que não fizeram ou nunca fazem na rua estarão voltando. Foi uma grande conquista (surpreendente, inclusive) da Câmara esse valor, permite as pessoas sobreviverem; vão tentar é abaixá-lo, em breve... Quanto a regulamentação, como eu disse, é outra questão, mas não acho que por ser uma reivindicação delas (na verdade grande parte não reivindica, por várias razões, essas que coloquei e outras), nós não devemos discutir, até porque a maioria delas tem uma escolaridade baixíssima, é preciso dialogar, mostrar outros pontos de vista, dar auxílio técnico, jurídico e etc., para tratar todos os pontos em voga e lutar juntos pela dignidade de forma geral, dentro e fora do ambiente de trabalho... Não creio que teriam, não só porque vários trabalhadores “chão de fábrica” estão largados pelos seus patrões, pagando pelos próprios EPIs (quando têm), mas porque é o tipo de trabalho que não permite o distanciamento mínimo recomendado.

K. V.: Não sei se a notícia procede, mas soube por intermédio de uma aluna, já há mais tempo, que os chineses compraram e são eles que têm administrado os prostíbulos ali das redondezas, entre eles, Guaicurus.

EU, MOISÉSEu diria que isso é lenda viu, nunca ouvi nada a respeito, é muito improvável, e se tem tempo então, certamente alguém já teria feito uma matéria... Via de regra, os chineses que estão ali na região não são pessoas com muito capital, eles alugam os estabelecimentos para vender mercadorias importadas, no muito compram um box no Shopping Oiapoque, não existe uma rede, normalmente são famílias, trabalhando todos juntos em uma só loja, e não faria sentido investir tanto comprando tais imóveis que, apesar da maioria estar caindo aos pedaços, obviamente não são nada baratos e não há como expandir.