terça-feira, 28 de agosto de 2018

Bolsonaro no Jornal Nacional

      Teria vários absurdos para tocar, já que eles proliferam toda vez que o Bozonaro vai a público, mas escolhi apenas um ponto, a meu ver o mais sério vomitado por ele dessa vez, por isso é importante o foco, segue:

    Salvo em raros casos com refém correndo risco direto de vida, qualquer força policial civilizada que se preze deve dar chance ao indivíduo infrator poder se entregar. Mesmo que em diversas vezes não cumprida, essa orientação faz inclusive parte da normatização de procedimentos e conduta da polícia militar (e olha que ela está longe de ser civilizada, né?). É evidente que até em países onde há pena de morte essa função não cabe a um policial, mas aqui, onde não há pena de morte, a gente vê um candidato a Presidente do Brasil pedir, sem o menor pudor, excludente de ilicitude para policial poder matar, não como legítima defesa, mas com "10 ou 30 tiros" quem ele julgar ser bandido! Um sujeito portando uma arma ilegal deve ser preso, não fuzilado (detalhe: imagine o abismo de execuções que essa aberração causaria, bastaria a mera palavra do policial, ou nem mesmo isso, que o sujeito metralhado estava com uma arma e pronto. Hoje, mesmo em tese tendo que responder por homicídio, eles já fazem o que fazem!). Eu nem vou entrar de fato no tema do analfabetismo social com que ele olha a figura do "bandido", como se fosse um ente do mal, que um dia não estava fazendo nada e resolveu ser bandido para quebrar o tédio, por ter uma alma maligna, ou que surgiu do nada, nem na forma patética e insana que ele acha que se resolve o problema da criminalidade em um país tão desigual, qual seja, simplesmente matando. Ele não enxerga um palmo à frente do nariz, em meio a tantas merdas que ele diz é difícil escolher uma. Mas em suma, nesse ponto, o que essa coisa energúmena propõe é o mesmo de sempre para a casa grande, a saber: escravo bom é o que trabalha o dia inteiro e apanha calado. Basta pegar os dados do IBGE para ver como a maioria dos brasileiros está à beira da criminalidade, onde 50% ganha abaixo do salário mínimo, comendo o pão que o diabo amassou para sobreviver, e sempre correndo o risco de no dia seguinte se ver na rua da amargura, se juntando a outros 13.4 milhões de miseráveis. Isso se chama puro e simples EXTERMÍNIO DOS POBRES. Devem estar esquecendo que 80% da nação tem renda menor que R$ 2 mil, é muita gente para matar. Sim, a criminalização da pobreza atinge diretamente você, pobre de direita, que chama um asno fascista desse de “mito”. Por favor! Abra os olhos, você nunca conseguirá se quer comprar a arma que esse louvador de torturador te promete, você será apenas o alvo!

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