[Reprodução de debate em rede social na mesma data]
EU, MOISÉS: Cara, acho que nem nos “ensaios
de humanidade” chegamos ainda... PASMEM: as zonas de prostituição de BH, sobe e
desce, voltaram a funcionar! A estupidez e a exploração sobre os mais
necessitados realmente não têm limites. “Hotel” pode, né Kalil?
A. V.: Problema é que elas estavam
trabalhando na rua. Aí tem outros riscos. É um problema bem complexo. Se o
governo tivesse uma renda decente para as pessoas poderem fazer quarentena em
casa sem passar necessidades, era mais fácil.
EU, MOISÉS: Não vejo complexidade nesse
quesito, estamos com a curva do corona subindo como o Everest, deveria
continuar fechado. Por razões óbvias, alí é impossível o distanciamento social.
E pensando na questão da grana, serão relativamente poucos programas, ficará,
ainda mais do que de costume, quase tudo na mão do cafetão, ops, dono do
"hotel". Só teremos mais mortes e contágios assim.
A. V.: Nesse ponto, eu penso que não dá
pra discriminar em relação a outros comércios que foram abertos e também não
têm como evitar aglomeração. O certo era não ter liberado nada. Já que os casos
seguem aumentando. Mesmo eles ficando com parte do dinheiro, elas preferem
trabalhar com alguma segurança. Já que o Estado ainda não oferece ao não
reconhecer a relação trabalhista pra poder regular.
EU, MOISÉS: A regulação sim é algo complexo,
tem lados positivos e negativos para elas; o cafetão legalizado como empresário
poderia gerar uma exploração ainda maior, ele negociar e receber o valor pago
pelo cliente, a pessoa contratada não poder recusar atender, garantia no
serviço ou dinheiro de volta, e por aí vai, enquanto paga um salário mínimo por
horas de trabalho, independente de quantos a pessoa atende, por outro lado,
teriam direitos trabalhistas, o que, apesar dos ataques sofridos recentemente,
ainda é importante. A discussão é válida, longa, teria que as proteger dessas
explorações todas, o que não seria fácil, mas esse não é o foco agora. Trata-se
de vida ou morte frente à uma pandemia. Várias coisas deveriam estar fechadas
sim, como igrejas, por exemplo, mas nenhum lugar se equipara. Não falo apenas
da aglomeração em um local pequeno sem a devida limpeza, isso também, mas o
principal é que, tirando o Kid Bengala, não existe sexo à distância, rs...
Desculpe a piada, mas esse é o ponto, contágio certo, várias pessoas por dia. É
a encarnação de lucrar a preço da vida das pessoas, literalmente!
A. V.: No hotel ou na rua, a questão é
que elas não pararam de trabalhar. O possível é pensar em redução de danos. Por
isso o mais importante era se elas tivessem um auxílio suficiente pra parar.
Sobre a regulamentação do trabalho, a reivindicação parte delas. Então elas
sabem o que é melhor. Se fossem patrões, por exemplo, os donos dos hotéis
teriam mais responsabilidade com elas nesse momento, por exemplo.
EU, MOISÉS: Não é a mesma coisa, na rua são muito menos
programas, menos pessoas chegando, não é uma só cama e muitas preferiram se
virar com os, sim, poucos, R$ 600 (podendo chegar a já não exatamente poucos,
comparado com o salário mínimo, R$ 1200, se forem mães chefes de família, como
a maioria é) ao invés de fazer programas nesse período. Abrir os
estabelecimentos é quase uma convocação à normalidade. Muitas que não fizeram
ou nunca fazem na rua estarão voltando. Foi uma grande conquista
(surpreendente, inclusive) da Câmara esse valor, permite as pessoas
sobreviverem; vão tentar é abaixá-lo, em breve... Quanto a regulamentação, como
eu disse, é outra questão, mas não acho que por ser uma reivindicação delas (na
verdade grande parte não reivindica, por várias razões, essas que coloquei e
outras), nós não devemos discutir, até porque a maioria delas tem uma
escolaridade baixíssima, é preciso dialogar, mostrar outros pontos de vista,
dar auxílio técnico, jurídico e etc., para tratar todos os pontos em voga e
lutar juntos pela dignidade de forma geral, dentro e fora do ambiente de
trabalho... Não creio que teriam, não só porque vários trabalhadores “chão de
fábrica” estão largados pelos seus patrões, pagando pelos próprios EPIs (quando
têm), mas porque é o tipo de trabalho que não permite o distanciamento mínimo
recomendado.
K. V.: Não sei se a notícia procede, mas soube por intermédio de uma aluna, já há mais tempo, que os chineses compraram e são eles que têm administrado os prostíbulos ali das redondezas, entre eles, Guaicurus.
EU, MOISÉS: Eu diria que isso é lenda viu, nunca ouvi nada a respeito, é muito improvável, e se tem tempo então, certamente alguém já teria feito uma matéria... Via de regra, os chineses que estão ali na região não são pessoas com muito capital, eles alugam os estabelecimentos para vender mercadorias importadas, no muito compram um box no Shopping Oiapoque, não existe uma rede, normalmente são famílias, trabalhando todos juntos em uma só loja, e não faria sentido investir tanto comprando tais imóveis que, apesar da maioria estar caindo aos pedaços, obviamente não são nada baratos e não há como expandir.
K. V.: Não sei se a notícia procede, mas soube por intermédio de uma aluna, já há mais tempo, que os chineses compraram e são eles que têm administrado os prostíbulos ali das redondezas, entre eles, Guaicurus.
EU, MOISÉS: Eu diria que isso é lenda viu, nunca ouvi nada a respeito, é muito improvável, e se tem tempo então, certamente alguém já teria feito uma matéria... Via de regra, os chineses que estão ali na região não são pessoas com muito capital, eles alugam os estabelecimentos para vender mercadorias importadas, no muito compram um box no Shopping Oiapoque, não existe uma rede, normalmente são famílias, trabalhando todos juntos em uma só loja, e não faria sentido investir tanto comprando tais imóveis que, apesar da maioria estar caindo aos pedaços, obviamente não são nada baratos e não há como expandir.
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