Perceba o autoritarismo da polícia e a discriminação
sociorracial em casos como esse:
Você acha que agiriam assim se o acusado fosse um branco, filho de um
juiz, morador dos bairros nobres de BH? É claro que não. Jamais! Quando se
trata de membros da elite, não fazem algo parecido nem com acusados de
homicídio, estupro, tráfico de grande quantidade de drogas, porte ilegal de
armas e etc., mesmo quando há vídeo, gravação de áudio, testemunha e tudo mais,
como estamos cansados de ver.
Eu mesmo, há pouco tempo, denunciei um individuo que estava fazendo
ameaças no grupo da UFMG, ele dizendo com todas as letras que iria "usar
armas para matar os maconheiros da UFMG". Peguei os prints, dados do
sujeito, fiz o BO; até hoje nem uma palha moveram.
A coisa é muito simples: mais uma vez, trata-se de usar a corporação em
benefício próprio. Por se tratar de uma ofensa direta a um policial, moveram
todas as forças para vingarem. Só não vê quem não quer. Perceba que o professor
está algemado! Que perigo um sujeito desarmado, relativamente franzino, que não
está sob o efeito de drogas, assumindo a culpa, inclusive, pode causar? Mas a
algema faz parte do “revide”. Assim como informar a imprensa para mostrar a
cara dele e fazer essas entrevistas humilhantes que acabam com a reputação de
uma pessoa, sendo ou não culpada. (Quando se trata de policiais criminosos, nem o nome eles divulgam).
O crime de apologia ao crime é um dos mais controversos, em muitos casos
precisa se caracterizar bem a intenção do réu, o que é muito complicado, ainda
mais vindo de um meio virtual. De forma alguma caberia prisão por flagrante
delito. É preciso interpretação de um juiz, que certamente não emitiria um
mandado de prisão para esse caso, sobretudo sem ouvir acusação e defesa. Para começo de
conversa, o acusado poderia alegar que a postagem não foi feita por ele, e nem
precisaria dizer que foram “hackers”, mas ter deixado a página do site aberta,
sendo usada por terceiros, o que de fato pode acontecer.
Comemorar gratuitamente a morte de um policial é um absurdo, e um inominável
desrespeito para com a família (embora eles façam isso o tempo todo quando se
trata de um trombadinha da vida, ao ser linchado, ou assassinado por eles
próprios, mas pimenta no dos outros, né), mas a pirotecnia e o visível "um
peso e duas medidas", regados a abusos de autoridade, superam e muito a
primeira ofensa para uma sociedade que tem como base (teórica) a igualdade dos indivíduos
perante a lei. Mais uma vez, pau que dá em Chico, não dá em Francisco.
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